Saturday, October 28, 2006

O metro – Ressurreição.

Todo o corpo estremecia e a minha garganta sentia uma saliva quente que engolia a seco, estava de novo só, a caminho de casa numa carruagem de metro, como tantas outras. Os demónios que agora me habitam são bem mais perigosos, sinto a sombra de um lobo faminto a cada passo e a razão que tantas vezes galanteava meus ataques furtivos tinha se perdido, saberia eu ainda falar, ou tudo em mim era ruído.
O corpo dela era sensualidade em cada centímetro, um peito farto e forte era pautado por uma elegância herege, seu respirar mostrava a segurança que de súbito eu perdera ao deslumbra-la.
A carruagem estava cheia e o corpo dela fazia-me quer tomá-la ali mesmo, sem entender respirava para ela e reparava sua pose tensa sabendo que a cercava, entre mim e a porta, enquanto as pessoas cansadas se mantinham imóveis com olhos de infinito.
Minha mão tocou ao de leve na sua mini-saia, procurei sugerir casualidade, mas já minha mão roçava novamente aquele rabo procurando a sua resposta, seu olhar reflectido no vidro da porta era de espanto e inquietude, porém a porta abrira-se e ela permanecia ali com seu cheiro e corpo farto, tão fascinante, pousei minha enorme mão na sua nádega e esperei o tremer que veio, renascença de sentidos ela pousou sua mão no peito sumarento e inclinou o rosto em tímido consentimento.

O metro levou-me bem mais longe que a mais distante das paragens.

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