Saturday, October 28, 2006

Ama-me a Tinta da China

Ele era o septuagésimo da sua geração, a chuva negra caia sobre suas costas arqueadas e ele observa como as pingas escorriam por seus finos e poderosos dedos, permanecia pétreo admirado com suas admiráveis mãos, capazes de proteger e defender com a mesma brutalidade de quem mata ou ama.
Sua sombra em contrapartida caminhava inquieta pela casa velha e retalhada de memórias, a cor amarelada embrenhava-se entre estilhaços, sangue e animais que ele matara para se alimentar, mas que depois se esquecera tomar, talvez por tudo ser mais excitante enquanto um coração bate descontrolado.
Um ligeiro sorriso surgia naquela boca, que duvido alguma vez ter rido declaradamente e o olhar distante reflectia uma luminosidade que até então sua sombra não havia conhecido.

Teria Larko nosso herói da escuridão mudado?
Sua sombra reagia aflita num grito mudo por saber cedo demais a resposta.

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