Saturday, December 15, 2007

Anunciada morte, farsa sentida...

Dmir fora convidado a correr ao palácio de espelhos, estranha ocorrência tinha surtido quando à quinta badalada do relógio da cidade, a bailarina do palácio iniciava sua ultima dança, contorcendo-se de dor...
Dmir conhecia bem as pernas daquela mulher... tanto como os seus dois dedos da mão direita... que às vezes trauteando baixinho, coreografava sobre a palma da outra mão, imitando as suas danças, as danças só dela.
Tactear o corpo de uma mulher obriga a entender seus movimentos... e Dmir era obstinado observador, como escuridão também ele estava presente no brilho que emanava dela... na sua presença sentia-se como seu reverso, e sempre gostara desse papel, de ser o outro lado, aquele lado do qual os outros fogem. Enquanto ela se equilibrava no pedestal mais alto, admirada pelo força de vencer, ele escavava covas com suas unhas negras de tirano, conquistando o terror daqueles que pelo seu produtivo medo eram derrotados.
Dmir subira com aflito a grande escadaria, coxo, disforme sangravam-lhe as fracas pernas, subia com as mãos... mais rápido que qualquer outro ser imaginado ao encontro da sua luz.
Ouviam-se ainda gritos de dor, que não os seus, ele queria ser espectador da morte dela, pois desse modo, experienciaria também um pouco da sua.

No grande salão a bailarina sentira sua presença, negrume sombra chegara a tempo de ver ainda vida nos seus olhos. - Já não danças para mim? - grungiu o monstro... mas dela nada se ouvia como resposta...a vida corria-lhe fora e mais pálida agora, pareciam últimos seus suspiros e gestos...e dele teria seus últimos aplausos.
No conforto da real poltrona Dmir observava, era a única forma dele a ajudar, a noite chegava bem mais cedo e os vidros antes cristalinos gelavam de escura opacidade... ele sentia frio também... e agora que todos os outros seres do palácio, os deixavam a sós... Dmir resolvera dançar como bobo da corte em volta do inerte corpo, gargalhava o ébrio demónio, talvez tentando afungentar a sua própria dor...talvez tentando a fazer esquecer as saudades do que ia deixar para trás.

- Oh meu amor! Oh meu amor! Grunhia ele... assustado de alegria.

Mas malvada bailarina, voltou num repente à vida... sorria por te-lo enganado e fina flor em manhã de levante, olhava o senhor dos medos nos olhos.

- Afinal sentirias medo de me perder. - Disse sorrindo.
Dmir retribuiu o sorriso tremendo... prometendo-lhe no fim que a assustaria de morte, quando ela menos o esperasse.

Saturday, December 08, 2007

Porque às vezes penso em ti e logo sorriu

Ela consegue inclinar a rua para me dar um beijo.

Friday, December 07, 2007

Glinsparkulash

Glinsparkulash é um monstro como nunca se viu é amorfo e feio mas o que mais assusta é o seu olhar, de preserverante conquista, rasteja e suspira, como papel mastigado... geme devagar, vagaroso corre, putrefaz e provoca insónias.
Glinsparkulash vivia no 4 andar da rua norte do país Artivális e colecionava bolores em frasquinhos num silencio tumular, certas vezes era encontrado à janela... a gemer ao frio da solidão, mas não se engane o atento leitor, ele usava a pena e lamento para hipnotizar, havia sempre uma boa alma em Artivális, ora ingénua ora crente, que se deixava levar pela sua degenerada palavra.
Artivális a cidade da mágia e dos paladinos, tinha como qualquer outra cidade prostitutas , mulheres de vidro e meias de vida, que por uma razão ou outra, tinham sido colocadas a viver nas ruelas mais escuras a norte, as princesas no seu mundo de perfeição esqueciam que os magos e cavaleiros, muitas vezes preferiam viver fantasias com aquelas que já não as tinham... Glinsparkulash também desejava, por ser o mais disforme e repugnante monstro sentia-se mais proximo daquelas mulheres e não perguntem como... mas como tinha dinheiro, obrigava-las a servi-lo, beija-lo com lingua e a beberem-no com palhinha. Não tentem imaginar a fisionomia de Glinsparkulash pois ele assemelhava-se a um animal atropelado, ele era entranha de ódio e dor e só se tornava mais semelhante a um homem quando sentia o frenesim de um toque, mesmo que pago.

Glinsparkulash um dia apaixonou-se por uma menina de má vida, jovem demais que o comoveu e irado cresceu para ela...assemelhando-se a lodo, a mortal ameaça...fê -la fugir, "devolve-me o dinheiro, se não mato-te!" gritava ele ... que todos se habituaram a ouvir apenas resmungar para dentro, apavaroda ela só pensou em fugir, nem sabia que tinha deixado as moedas de ouro no vestido de alice, e tentou fugir... mas Glinsparkulash colava.se às suas suaves pernas...queimando...ela gritava de dor, queria viver e chorava, bastava devolver lhe as moedas... ele não a queria por ela ser de longe a mais inocente mulher q alguma vez vira, uma princesa ou fada que a vida tinha por engano colocado noutro lugar... Alice a pu.... não sei o nome dela... gritava e os outros inclinos estranhavam, muito...mas sabiam qual o papel dela e dele...
Glinsparkulash um monstro silencioso e Alice... uma menina sem medo.

É só dares me as moedas, afinal não te quero, gritou irado o monstro. Sentia-se magoado por ter à sua mercê um ser tão belo, tão perfeito, sentia-se irado por amar afinal ele que até então vivera no escuro e no que é gasto e frio... as pernas dela...quentes macias...eram agora cobertas pelo seu muco, e a excitação de desfigura-la de a fazer desaparecer tomava conta dele.
Alice inebriada pela dor mudou repentinamente de postura o grito de pavor e dor... deu lugar a um gemido tão diferente de todos os outros... seria prazer?
O calor negro...subia suas pernas...queimando como mil agulhas, mordidelas de lobo esfomeado... e ela abria agora as pernas... gemia de prazer... volte face na história que nem o narrador esperaria...seu peito estava duro... aguçado de desejo e tocava-se extaseada... de pavor e prazer... pelos vistos é ténue a linha.

Glinsparkulash podia mata-la cobri-la de si próprio e reduzi-la a nada como fizera nos seus tempos aureos de monstro ( chegou a estar mais de 3 semanas no top de monstros de Artivális e fora condecorado pelo presidente - toda a gente sabe que em Artivális os monstros tem direito de fazer monstruosidades sem que isso os afecte no IRS ou Segurança Social), mas era visivel o seu espanto no contorcer de pasmos...daquela menina das maravilhas, tão inocente se tocava como louca...que decidiu desencobri-la revelando assim sua pele queimada e mordida por ele... mas ela...a caminhar para o seu climax... dizia... a salivar... "Mais...mais... acaba comigo!"... Glinsparkulash foi ainda mais feroz... chegava aos ossos...tornava.se o monstro de outros tempos porém ouvia um gemer que nunca ouvira... uma vitória sua... o prazer de uma mulher... haverá algo melhor?

Hoje em dia podemos ver Glinsparkulash de novo na janela... a gemer com seu lamento hipnotizante como sempre foi... porém já não vive sozinho ... numa cadeira de rodas e sem pernas ...corre talvez uma das mulheres mais belas de Artivális.

E viveram felizes para sempre?...

Wednesday, December 05, 2007

Vi num outro blog uma foto do pavarotti

Gostava da maneira como ele sorria...
é daquelas pessoas que vou ter prazer de rever um dia... num dvd ou especial biografico... não sei nada sobre ele... mas sentia.se que era grande por ser um homem bom e apaixonado.
Talvez seja isso que conta no fim... conhecermos pessoas boas e apaixonadas... recordo-me também do João Paulo II, nem sou muito religioso...mas parece q ele me conhecia desde pequenino...e depois o factor de fazermos anos no mesmo dia...sempre me fazia brinda lo... com um copo, parecia que tinha a permissão dele para ficar tosgado!
E de todas as pessoas importantes deste mundo por serem grandes e boas ... falo da minha avô Gracinda, os pombos vinham comer à mão dela e ajuntavam.se no telhado só para cumprimentar, dava comida aos pobres e ficava toda contente quando o Porto ganhava ao Benfica! ...

lol... aqui fico eu a cantar o "Miserare" do Pavarrotti.

Monday, November 19, 2007

Faço bruxedos...

Se a poesia é bruxedo eu vendo a minha em pequenas poções...apartir de hoje está aberto o bazar... vendo - conversas de msn ou sms por 5 euros.... parece caro...mas resulta e os efeitos são quase imediatos... - vendo conversas de abordagem na rua, escritório ou escola por 10 euros... ai já vai depender também do que tens vestido, halito fresco ou não e se suas das mãos...por ela ser a mulher da tua vida... também faço poemas breijeiros...musiquinhas de ouvido capazes de causar arrepio...isso por garantir...inteira descrição e por nunca repetir a formula custa 20 euros... mas é um miminho à sua amada e ela dar-lhe-á afecto e ternura... que no final é a melhor coisa desta vida!...
Por fim por 50 euros...assino e por agora...é coisa que não parece fazer sentido... mas quase toda a dondoca rica...gosta de um quadro do Rembrandt, Picasso ou Miró.... para pedidos de casamento... ou divorcio...coisas inesqueciveis... nada melhor que entregar à sua amada um Maltez... elas ficam sempre contentes... e eu também!

Ela faz a melhor lasagna...deste mundo...

Ela é linda mas não lhe digo... sei que isso seria um perigo...
É felina e tem muita artimanha...ela faz a melhor lasagna...
Diz que sou esquisito e nada normal... mas que quer ela afinal?
Se minha vontade é de a ter perto... sim nestas coisas sou livro aberto
Vontade de a curtir por inteiro... mas falta-me algum dinheiro
Para lhe comprar bonbons e umas flores... afinal não ela não gosta de pinga amores....
Por isso o melhor é ficar no meu cantinho... assim ela vêm de mansinho...
E quando eu já nada esperar... ela vai chegar...
E todo este desejo... será selado com um beijo...

Repto :)

Apenas escrevi aquilo para as miudas desta cidade...terem cuidado com os homens de camera digital na mão...
Eu sou um cidadão preocupado.... só isso...

A fotografia digital não passa de uma forma de engate rápida

IRRA fotografar é coisa de imediato...tiras fotos...não dizes nada... sorris como se fosses timido...depois ela sorri e sentas.te mais perto tentas lhe tocar nas mãos... resulta quase sempre... se for assim a modos de que és sensivel e choras.te quando a lassie foi atropelada... dizes coisas a puxar para o intelectualoide, q ela tem um brilho especial... que estás entusiasmado por nunca teres vivido nada tão espontâneo e puro... tretas e mais tretas ganhas o sorriso...sorris de novo... pedes o numero... dizes q não é costume seres assim mas desta não resistis.te... não há volta a dar-lhe ela vai ter mesmo que te dar o numero ou corres o risco de perder o talento de fotografar o que no mundo é belo... depois bilhetinho na mão ...sais a sorrir...ligas nessa noite... dizes q cozinhas... que adoras fazer... ronhonho com batatinha à murro... dizes parvoices mas obrigas.te a ti proprio a silenciar os dois no fim... com tempero a desejo e sexo... fica no ar a ideia de um jantar... combinam para quinta... resulta quase sempre também e é sinal q ela está vulnerável ... leva la à janela a qualquer lado onde se veja a lua e a abraças...ela ou vai-se render ou achar.te doentio, malandro, preverso... um perigo para a humanidade...também serve...até serve mais... falas de cheiros e cabelos...de viagens e tiques teus... q não lhe consegues resistir... q ela t atrai...desde o primeiro segundo... não uses vinho q é jogo sujo... abusa do toque... da poesia... e despe a ... não lhe perguntes se podes...isso é a morte do artista... e levaria.te a outro jantar... sai mais caro... talvez novas fotos... ou não... toma a como tua...da lhe o q é teu... e por favor... faz o teu melhor... não é esse... esforça.te para q seja optimo!

fodasse... click click e já está...se eu quisesse engates fáceis... tirava fotos...

mas eu prefiro coisas bem mais dificeis...tais como...

ALGUEM M ENSINA A FAZER PASTEIS DE BACALHAU ?


Ass. Dmir Glavovich Larko


Sem duvida o mais promissor diletante desta cidade...
Na oralidade não tenho opositor e faço repto de ver se algum pseudo coiso é mais pseudo e tal do que eu!

Acho que ninguem lê o meu blog... sinceramente acho q isto morreu...mas a culpa não é da minha genialidade... a culpa é vossa... por isso tenho um pedido a fazer...


Apresentem este blog a editoras...tornem m famoso e eu prometo-vos... no mínimo tirar uma fotografia.

Thursday, August 30, 2007

Daju - em claro e escuro

Tu meditavas na praia... era cedo ainda... nascer do sol 6 da manhã... silencio e só nós os dois ali... eu trazia cesto de pic nic... tinha imaginado beber champagne da tua boca... mas ainda agora chegava ao nosso encontro e o desejo era já de tocar.te... cauteloso deixava a cesta ao nosso lado... e massajava.te os ombros...perturbando o momento belo de t ver apaixonada pela natureza que t rodeava... receava teu avalo... mas sorrias... achavas graça ao descaramento do toque em nome de uma massagem de um amador... esse sorriso permitiu-me assim encostar-me a ti...e em gentil cuidado...tocar teu peito e pele... beijar teus ombros... ganhar teu consentimento... Podem nos ver..dizias tu... sorrindo confessei desejar beber champagne de teus lábios...inclinaste.te para mim... e disses.te dá m de beber... e molhados... beijei t inteira! ...
Hoje de noite...estavas com camisa azul...suave a toque e alças brancas...bonita de tão delicadamente te protegeres ao festim daqueles que rangem dentes e secam a sua pele em trabalho e solidão... temias meu olhar crescente em desejo... obrigavas m a fechar meus olhos de vez em vez... mas empolgava.te meu olhar quando o abria ainda mais negro e enorme... em vontade de t ver .... a gravidade aliada a mim... deixou tua alça a meio caminho e com delicado cuidado... tomei meus dentes junto do teu pescoço...afastei tua juba de selva para tras e de unha fina... risquei labirintos em teus braços enquanto tuas alças caiam.... minhas mãos enormes seriam tua camisa agora... meus lábios não esquecerão...o calor de uma pele...q o tempo soube cuidar.

Monday, August 27, 2007

A casa de campo da senhora Loba II

A frase dita em provocação de mulher, em puro prazer de saber-se loba, segura e dona das fantasias dormentes do menino gato, ela sorria com a ideia, mas sorria sem mais dizer, ela sabiasse matreira, capaz de traçar riscos secretos na areia, a voraz caçadora desafiava com força e maturidade o menino , ao qual se tinha apegado por um sorriso.
Os dias passavam com sua pontual rectidão e a loba mantinha.se ocupada a fazer coisas de loba e o menino gato a fazer coisas de gato, sedução de naturezas distintas e talvez por isso tão proximas em vontades, o gato na excitação de menino procurava viver 7 vidas na sua unica, ora timido e recatado, ora folgazão e estimulante, corria telhados de sonho, via meninas despidas dormindo, puxava-lhes devagar o lençol e com seus olhos no escuro parecia que entendia o que elas sonhavam e o porquê delas sorrirem...corria seus corpos com suspiros e beijos de gato, quentes e asperos de arrepio.
A Loba atacava a cidade de modo diferente não subia telhados, pois enfrentava o mundo olhos nos olhos, forçando o impacto, vencendo o encontro. Ela tinha força e vício em cada cm de pele, perna e peitas furtuosos em sedas e doces...1 olhar capaz de correr almas apurado...inteligente aliado a uma voz doce... funcionavam como teia eficaz.
Ser gato menino é ser disperso e tonto, manhoso ao ronronar mas perdido em olhares e sorriso sabe apenas que amanhã será diferente, ser loba é ser objectiva e forte, impetuosa no que toma como seu, mas calma no que conquista construindo em requinte memórias, apenas sabendo que amanhã será igual.
E igual será mesmo despertando como um gato a seu lado, mesmo depois da casa de campo e o convite aceite... A casa estava à espera e nos seus entusiasmos um espectativa latente, o prazer de partilharem silencios e conversas que neles sempre foram tão naturais...num click marcaram um dia e disseram sim à vontade de terem um fim de semana só deles.

A casa de Campo da Senhora Loba

" El único secreto que he utilizado para entrar en la alcoba de tantas mujeres es su proprio e insaciable deseo de vivir. El mayor poder del mundo, mucho más que el que poseen papas y reyes, es el deseo de las mujares. " _ el diario perdido de Don Juan_ Douglas Carlton Abrams.

A ideia tinha surgido instantânea como uma gargalhada, coisa para se saborear mas não levar a sério... possivel de ocorrer? talvez, porém a relação entre eles assentava no plano movediço da fantasia, Senhora Loba e menino gato trocavam sorrisos e galanteios na dança inebriante da sedução, atraidos por tempos e regras por ela inventados... desafiando o gato a acrobacias dificeis... para assim poder ele chegar mais perto.
O menino gato saltava de peito aberto... marcado de desejo crescente em acelerações de respirar.. quando a via morder o lábio num sorriso... provocadora em corpo nu... tão alvo e frio...tão dona de si a senhora loba...esculpida em tempo ... ainda jovem...ainda vistoso...ainda vivo.
Daquela vez em conversa de café, confidenciaram uma vontade risonha, livre de um encontro na casa de campo, tão silenciosa como ela e seus segredos...a senhora loba curiosa não esquecia o frenesim do primeiro sexo, o toque de fome, o salto de olhos fechados o corpo largado depois do prazer... Despertara no gato aquela excitação impossivel de acalmar uma vez acordada...
O saber de sua muda de pele... quando saia do barulho da cidade para o seu abrigo... tornavam ávidos os olhos do menino gato... curiosidade de menino quase fatal em todos os da sua especie.

"Qualquer dia convido.te para a minha casa de campo..." - dissera ela...

Sunday, June 17, 2007

Sentidos I

Uma boca chegava e dizia “bom dia” e desaparecia sem rumo certo, o” bom dia” ficava naquela sala como pó a assentar, ouvia-se um bom dia sussurrado enquanto a porta basculante se agitava na sua partida.
Um olhar que a via como traço no papel ao entrar e sair a sala, ansiava que tal boca tão bem desenhada ficasse, aquele olhar angustiava a tormenta acumulativa de ficar calado todo aquele tempo, sempre que a boca passava.
Uma mão de dedos contorcidos pianava o tampo da mesa marcando o compasso e lembrando o quente daquela boca, a outra mão segurava um cigarro acabado que também o queimava… não tanto como aquela boca.
Um ouvido ansiava que aquele nervoso panorama fosse quebrado em grande estrondo, invejosa curiosidade, atenta ao mais ínfimo fulgor de todos os que viam a outra mulher passar.
Um nariz ancião equilibrava balanças e descobria fraquezas e aspirações, cada fragrância tinha sua vivencial razão, cheirava a desejo alado, a tremula inocência, a ilusionista provocação e morte.

Havia uma janela para o infinito azul

Havia uma janela para o infinito azul, ondas salgadas e quentes espreguiçavam-se ao chegar, e o sol estendia os mais finos raios pensando em possui-la ali mesmo, correndo lânguido suas pernas e queimando em desejo o que aquele decote insinuava. O corpo daquela mulher fazia o sol queimar e chegar mais perto da sua janela.

Ela não estava só, um gato negro, parecia dançar tango com cada passo que ela fazia, seu olhar escondido pela franja negra, mais negra que o gato, mais negra que o mundo, devia estar fechado, ela imaginava uma musica e pensava em alguém, alguém de quem gostava, pois o sorriso daquela boca quente e salgada como as ondas era evidente.
Ela tinha vários amantes, não era só o sol que a deitava sobre o parapeito e entrava dentro dela… também o vento, também o mar, também o gato, cada um deles a seduzia e a tomava como sua, sendo o reverso também verdade, era livre com seus amantes, por seus dentes e músculos, seu corpo sensual ser fruto dessa irreverência, de ser gulosa.
Lá em baixo na cidade branca, a virilidade humana, os músculos e vozes olhavam para aquela janela, para aquela mulher e queria que ela caísse lentamente como pluma nos seus braços. Sabiam ser senhora de seu nariz, senhora de tantas sardas como estrelas e olhar para o céu de noite, naquelas noites quentes era como imagina-la nua.

A luz corre como bala

A luz corre como bala
Só teu sorriso me protege
Teu olhar embala
O lado mau que me rege
Sabias me assim
Sem magia só manha
Ainda zombas de mim
Com essa risada tamanha
Pedi te um beijo
Disseste não
Queres me rijo
Perdes a razão
Porque saltas na cama?
Porque és sol em mim?
Pediste-me um beijo
Disse-te nim

Pequeno-almoço na cama
Distraída vês na Tv. cavalos
Chamo-te topo de gama
Recebo dois pares de estalos
Irra doeu… és estúpida ou quê?
Derrubas-me num forte abraço
Perguntas me o porquê?
Fazes um coração no meu braço
Eu perdoo, não tens explicação
Enrolas meus nos teus pés
Só para ouvir o teu coração
Contas ovelhas mas só até dez

Afinal não queres dormir…!
Apertas te a mim assim malvada
O futuro ainda está pra vir
Mas não queres saber de nada
A tarde é tua
O corpo que é meu
Dizes uma capicua
Leio em ti o que ninguém leu
Mordi teus ombros
Fui mãos interrogativas
Ergues me dos escombros
Danças e cativas
Os dias são coloridos
Pintora eléctrica e louca
Faço os dias mais compridos
Só para beber o néctar dessa boca
Gostas de Fred Astaire
Mordes os lábios como a Briget Bardot
Não valorizas o que podes ter
Ficas contente com o pouco que dou

Esfolei o gato...nova vida... já só restam 6...

Sentir.te... obrigo a sentar.te...sem arte... abandono.me do que é certo...
Sentido... num vazio permitido sem nada...sinto a pele esfolada...
Beijaste-me e calas.te o grito mudo... Contudo
É teu beijo meu unico desejo...
Não pares... explica-me o infinito em numeros pares
Deixa me perplexo...exausto no teu sexo...
E espero.te nas curvas mais apertadas...
Encontro.te nas horas por ti marcadas....
Aprendi a viver no escuro... o sol deixa-me cego...
Tactei.o em queda livre como morcego
E mato... só assim sossego em mim este bicho do mato...
Assisti da minha janela à primeira morte... o gato primeiro morreu...viva o gato!