Sunday, April 23, 2006

Gnor e o Sol : Conto Tradicional de Artivális

Gnor sempre me apaixonou por ter a pele mais morena e suave que quaisquer outras... tinha marcas do sol, provas de como o astro a beijava quando ela passava, para Sol tudo nela era tentador queria queima-la com seu silvo língua de fogo, saber o seu sabor, Touro flamejante investia nela, violento infame quente.
Ele não sabia ser gentil com ela perto, sofria por isso.
Não por não ser gentil, até o era com suas mãos celestiais, tinha sensatez e sabedoria de a acariciar enquanto sonhava, porém quando seus olhos se cruzavam, ele mudava pelo entusiasmo de a ver tão perto e de saber que nunca é perto demais quando nos sentimos realmente convictos do que desejamos e nos realizamos junto de tal pessoa…
Porém para Gnor, Sol era o perigoso instinto animal, nele não havia mentira ou maldade, havia a alegria compulsiva de um sorriso verdadeiro, de um olhar feliz em luz que a cegava.
Gnor desejava ver Sol sofrer, por vingança e inveja de sua felicidade, por ele conseguir fruir só de a ver, Gnor oferecia-lhe o desprezo como prenda envenenada, excitada de o entristecer, de reflectir nos outros sua infelicidade e solidão, Gnor a rainha da apatia, da indiferença declarava morte ao sol, deixava que este a invadisse porém sua satisfação maior era negar-lhe o seu prazer, tornando todos os esforços de Sol vãos, deixando o vir sozinho e exausto com sua esperança.
Sol compreendia sua amada, entendia-a como mentira e inimiga da vida e do amor que sentia… morria aos poucos, deixando Gnor vencer, desejando ser salvo num último suspiro por uma lágrima dela, lágrima que não viria.
Sol renasceria das cinzas matando tudo o que demais frágil amava, mataria Gnor num mero sopro, e choraria depois por ser ele devera o mais fraco… por a ter amado, por nunca ter tido seu afecto, por ser mero instrumento de sua superioridade …
Gnor conquistara sua morte, menosprezando sonhos, convicta de sua inteligência e desprezo de tudo o que nos leva a sentir em vez de pensar…

A História de Gnor e o Sol… ainda hoje é contada às crianças dos homens mais ricos dos campos alísios de Sampegnória em Artivális, não sei porque sonhei com isso, mas levantei me num repente e assustado rui o acordo prévio com aquele que apenas exigia silêncio.
Tinha a porta aberta bem perto de mim, mas senti que era tarde demais… todas as sombras me bloqueavam pernas e raciocínios… no centro da sala o horrendo me olhava curioso e agradado de meu medo, finalmente sabia qual de nós era Gnor, qual de nós era Sol …