Tuesday, April 25, 2006

Um acordar em Cecyberlandis

Se todos vissem teu dançar, a rua em enchente contagioso seria palco da mais bela romaria, cada passo delicado teu que não gera qualquer ruído ou coisa feia, pauta sorrisos entusiastas e encanto nas coisas mais simples de todas.
Boneca de porcelana e cabelo de palha desculpe acordá-la mas faz com que meus sonhos sejam risonhos, como se descobrisse a eureka de Aristóteles, o busílis da questão, a dança mais secreta de todos, que me deixa sem saber quem guia quem ou se haverá por ventura guião.
Os cépticos só podem ser curados por essa intemporal dança, dai a importância da maior descoberta de sempre, descoberta única e primordial, oculta a todos os que medos têm da solidão. A sinuosidade inebria ao descer sua anca, ao vencer seu primeiro suspiro e ganho outra altivez e percepção das coisas, ao beber de teus segredos, recupero alguma vida que por descuido haverá perdido.
Nossos umbigos, centro do mundo, deitam abaixo todos os cânones estabelecidos e agitam o voo nervoso de um pássaro a milhares de quilómetros daqui.
O mundo não vai saber… gostamos dele como está.
Ao sair deixo os cortinados fechados, por saber que hoje não trabalhas, queres que tudo permaneça escuro pois só assim conseguimos ver as borboletas que criamos horas antes, fazes barulho, prendes me por mais um bocadinho, afinal que mal há em quebrar regras, se o mundo acabasse já não tinha que sair do quarto dizias.
Tenho que apanhar o comboio mais perigoso de todos, não t chateia minha barba grande, dá o ar de matulão com que gozas de vez em vez, engulo uma borboleta e de negro enfrento a claridade do dia.

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