Monday, January 07, 2008

Alarido

Sinto que o tinto bem podia ser

Grená escuro e noite de longo prazer

Sinto que minto bem podia ver

Que o corte distinto era traço de mulher


Que fazia a noite tombar

A rua descer e o chão faltar

Fazia meu corpo aquecer

Teu fogo, cigarro longo por acender


Trago após estrago acabei assim

Dono da rua que é dona de mim

Passa após passo o calor é vão

Vadio me tornei vazia minha mão


Senhor de coisa nenhuma

Curioso na alça que cai como pluma

Quero teu nome num papel

Telefone e endereço pra chegar à tua pele


Rasto em arrasto violência mil

Faminto persigo ziguezague de teu quadril

Travo no lábio, saliva a crescer

Sabes que venho pelo gosto de ter


Corpo que desnudo, carícia a sentir

Sabes no escuro que estou a sorrir

Este puxar-te a mim beijar.te o umbigo

Teu corpo minha noite e meu abrigo


Penetrante, ofegante, terrivel ladrão

Pendular dança bandida, corpos em tremor de chão

Escalamos ao mesmo tempo um cume de prazer

Eu egoista e tu sem querer


Hummmmmmmmmmm Hummmmmmmmmmm

Hummmmmmmmmmm Hummmmmmmmmmm

Hmummmmmmmmmm Hummmmmmmmmmm

Hummmmmmmmmmm Hummmmmmmmmmm


Descansamos tombamos na vertigem do cansaço

Da tinta dourada em teu doce regaço

Escritor de mapas na tua pele me torno

Brinco em despedida ao frio retorno


E no sossego da noite repousas por fim

No brilho da tua vida, onde não há lugar para mim

E eu visto me de penumbra enrijeço ao frio

Na espera que novamente me procures no meu vazio


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