Friday, May 05, 2006

Detesto a expectativa das Sextas Feiras

E deram-te tempo para pensar, sabias que isto ia acontecer, não serias para sempre reclamado, desculpando-te por isso de pensares, as sombras cobriram tudo e mesmo no canto escuro onde lambias tuas feridas, tentam t enchutar.
Ser sombra era inevitável, não era esse o caminho que escolheras, lutas-te bem por aquele sorriso, ávido contorceste adversidades várias, eras combatente, e ainda conheces bem a velocidade com que o sangue corre ao desafio. Espantavas por lutar contra o que mais desejavas, sendo esse prazer negado, castigo por seres sempre sozinho.
Estranho hábito este que vestis-te e te faz diferente, aceite como contra ponto, interessante por resistir a este tempo em que pensas afastado e longínquo.
A ausência de ti mesmo confronta-te, és incapaz de ser amado por ninguém saber que existes, desconfiarem do teu esplendor e cuspi-lo como farsa, as pessoas apropriam-se de personagens que desempenhas com talento, mas nada devem e por isso não se prendem. Tu próprio só soubeste do amor uma vez e precisas-te de fugir para entenderes como ele era verdadeiro e talvez a tua maior armadura, mas o amor é veneno em ti, pois garantiu-te o teu esplendor que inevitavelmente leva-te de novo, a desafiar o mundo e todas as suas tentações. Ela era o teu segredo e tu quiseste muito mais, a totalidade, ganhar 8 vezes, 8 voltas, 8 posses de tudo o que viste e olha para ti agora.
Digno, mas louco, vampiro que há muito é queimado pelo sol e sabe que esmaga em vez de morder, revelas-te um monstro tu que eras elegante no teu andar anarquista, desenhavas borboletas com o dedo indicador e lias os corpos das mulheres que amavas como livros e agora matas, vingas-te da ausência de ti próprio e as vitimas que se entregam e desejam, que gemem em prazer com tua veracidade, não entendem que não tens alma, preferes-te só, porque a hipótese de voltares a ser de novo Casanova, implica a armadura que rompeste e destruís-te … a única que foi verdadeira e agora todas as armaduras… corpos de mulher que te convidam a entrar e desbravar nelas tua essência são trespassadas frágeis a tuas mãos ainda abismalmente assassinas.

A escuridão do casarão assustaria todos os falsos góticos, no centro a cadeira e a luz da lua, ele pensa no sorriso dela no sofá, lembra-a vitoriosa, entende que o mundo deseja-a e apesar disso ela sorri, gosta dele de verdade.
Ele quase morto, sente reconforto por saber dela bem, sabe que não deverá interferir, por não se reconhecer, louco espumando mal se lembra do seu verdadeiro no nome, só poderia voltar se realizasse os sonhos que levou quando partiu e esses nunca virão.
Contorcesse partindo as unhas, falando para a escuridão, as voltas fala imaginários e conversas de chá dançante. Mutilasse para ter razão.

Afinal o pior não é estar triste… o pior é não saber porquê!

1 comment:

PL said...

Muito...

(Revejo-me)