Friday, November 24, 2006

O RATO

Maria Mar Lua o primeiro nome santo de pecado primeiro e de pureza aliciante depois o segundo falava da imensidão que tudo pega que tudo afunda se esse fosse o seu capricho e depois a Lua, a minha amante e maior paixão só à lua os gatos juram fidelidade. Talvez por isso a ti jurei minha curiosidade quase mortal e corri com meu olhar...despindo em cada respiração tua...novidades e descobertas... abri botão a botão o teu decote.
Maria Mar Lua era opium, era o remédio para todos os que a viam passar naquele deambular sensual, extravagantes curvas que nos deixavam bêbados… deixavam nos querer nossos dedos aranhiços para a prender… mas a leveza dela comovia os caçadores e ela passava livre de dentes, línguas e sexos…
Um dia um Rato Assassino puxou gentilmente por seu pulso…despertando os sonos de quem a via passar pela janela… a nuvem dizia que o tempo tinha mudado para sempre, aquele rato de esgoto, que todos desejavam morto, decidira desafiar a beleza mais pura daquela cidade… O Rato intervirá na passada apaixonada daquela mulher tão sumarenta e ingénua…. O Rato traçara à sua volta um ciclo de fogo e seria impossível salva-la agora…Infecciosa, doente… o rato cerrou os dentes e mordeu-a em veneno, em fraquezas que a tornarão sonâmbula de seu próprio sonho…tremula e febril…
A rosa pura amarelou … o Rato condenou a cidade que amava Maria, cuspiu com aquele sorriso que ele mesmo fizera quando a morte o avisara que ele próprio seria Don Giovanni do desapego.
Irónico enfrentava o amor como se fosse um sinal mortal… esquelético e doente tomara Maria à força cegando-a de esplendor ela sentira a excitação do perigo, do mais afiado gume e sexo, ela sentia prazeres da paixão da entrega reformadora, sentindo que aquele animal que a cobria, se tornaria seu anjo alado protector…. Ela não via que em vez de asas, ele tinha a podridão da cidade às costas, tudo o que é sujo e viroso, tudo o que era doença e morte, medo e uso…. Ele comia tudo o que naquela pele era doce e suave, juntava o sangue dela ao dele e enquanto ela gemia prazeres ele jurava-lhe a eterna doença, a escuridão, engolia lentamente tudo o q fora bom e especial naquela cidade.
Maria ainda extasiada, contorcendo-se ainda em pasmos de prazer já o Rato se preparava para sentir o gelo da noite no peito branco de osso e pele esticada, sorria a neve cortava como garras de lobo a frágil pele e o sangue ameaçava surgir… semi nu avançou, Maria assustada, sem saber onde estava perguntou ao Rato, porque saia, se voltava, Rato sorri, obrigado pela foda, coisa fofa, acendeu um cigarro e o fumo desapareceu pelo nevão escuro.

4 comments:

Esa said...

Serás tu o génio da escrita creativa? ... Perdoa: Como é que fazes isto, caralho??(bold, italico, sublinhado [ha coisas q so se exprimem atraves dum bom e belo palavrão]) .. Lindo.

nefelibata said...

Quisera ter-me transformado nessa silhueta divina...Gostaria de também ter partilhado com ela essa imensidão de prazer...se um dia voltar a passar por ti, lembrar-te-ás de mim???

Larko said...

Esa...vamos ver TV!:)

PL said...

Uma boa descrição de efeitos perniciosos das verdadeiramente infaustas criaturas da cidade.