Meia noite, meia de vidro corpo em contradição, circulo de velas damas em meu redor...soalho de madeira suave...gasta por tantos rodopiar de corpos, cansados...respirações ao ritmo da própria batida do coração... coração este que senti à minha espera do outro lado do corredor.
Senti que meu coração não m pertencia já...agarrado à música ao desejo de querer...entrar devagar no corpo de uma mulher, porém meu pé torto e aleijado receava cambalear...mas em gesto confiante recordei minha alta estirpe e envolto meus braços num corpo torneado de mulhar, corri a pista, caminhei pelo rubro vermelho do compasso, contra os ponteiros do relogio, com calma e segurança...senti o desejo da mãe da mulher que eu queria para mim... naquela noite.
Estou velho por dentro....tão facil me sinto em ser elegante para aqueles que o tempo ornamentou de sensatez, patina de sensualidade... vivacidade na juventude e brilho distinto... dancei com Lhasa, e em falta ficaria... se não dissesse o quanto me agradou sua sensatez...segurança e rebeldia...
De peito grande...doce e terno... tive vontade de mergulhar minha boca...tocar lhe mais de perto...ser matreira raposa...será que ela sentira em mim... tais perigos... ou vira em mim simples rapazito... inocente ainda nos seus primeiros passos de tango... falavamos, eu ouvia-a com atenção, agradava o cuidado dela... o prazer genuino de convidar a dançar, no meio da pista eu abri um pouco mais seu decote... e olhei do outro lado da pista para Esmeralda sua filha.... tigre de bengala... indomada senhora de homens... de seus sonhos e preversos desejos.
Quis a mãe dela...quis seduzir ambas...megalonamo espirito o meu...tantas vezes maior que meu corpo, ilimitado na sua soberba fome, o espirito sentia pela primeira vez esta dança clara de educação... meus dedos enormes desejavam...correr a curva das costas...porém nao podiam...impor mais que sua força...e sentia o peito bom... daquela mãe...encostado ao meu...olhei lhe de cima...ela sorriu.
Do outro lado... um ódio novo, inesperado Esmeralda...incomodava.se...não gostava de minha presença nem tão pouco do meu gozo verdadeiro em aprender a dançar tango, desejando fazer amor com sua mãe...ali mesmo... no meio da pista...suor calor... velas girando à nossa volta... e seu fulgorante e rijo peito tocando no meu.
Ganhas jeito depressa disse ao que respondi...que tudo é mais fácil quando a professora estimulava o aluno a querer sempre um pouco mais, gargalhou nervosa...puxei-a para mim e disse num quase sussurro que a queria nas escadas escuras daquela velha fábrica....afastamo-nos e sorri para a filha...aproximei-me com calma aparente... pois instigar uma fera é sempre algo que evito...e disse por fim... que não sabia ainda dançar mas que aprendia depressa, pois tinha encontrado uma amavel e gentil professora.
Ela astuta...perguntou-me quais as minhas intenções...para com tão nobre senhora... ao que respondi... que meu profundo interesse residia em aprender depressa para com ela dançar, convidei-a entretanto para um chá mais tarde... num espaço neutro onde minhas forças se equivaliam às dela... e despedi-me dizendo que me ia embora, sorriu e reparou que sua mãe por instantes tinha desaparecido...também...num canto escondido...viam-se algumas máscaras de carnaval... o que me deu mote para o que planeava fazer... juntar mãe e filha...num tango por mim orquestrado.
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