Thursday, June 15, 2006

Nada se passa…

Pareces tão compenetrada, espalhaste os papeis por toda a mesa, numa ordem que não me atrevo a questionar, nada parece mais ou tão significativo como este momento, que acontece sempre e que me leva em contra medida a reagir surpreendido, pela excitação que sabes tão bem provocar.
Teu corpo nu a meia-luz, atiça o medo puto, como se fosses meu ultimo esplendor, estás compenetrada nas palavras e imagens do mundo que ficou no lado de fora e embora entendas minha presença e deleite, apresentas-te inflexível quanto às regras.
Vingativo procuro-me distrair com os estilhaços de madeira que ardem na lareira, pelo prazer do método afio o lápis de carvão e construo o resto da casa onde estamos agora, sei que também queres espreitar meus esquiços, tanto como eu quero que t deites com essa pele quente sobre mim como pluma e soprando ao meu ouvido, ameaças morde-lo como se não entendesses que esse respirar é convite a virar-me e torna-lo mais ofegante.
Quero arranhar tuas coxas, quero tuas reivindicações em meus mais taurinos desempenhos, pois se digo que sou melhor é porque quero te melhor pois eu sou a ti igual, permaneces compenetrada com teu cigarro a preto e branco.
Não te quero Aparição… mas também.

Monday, June 05, 2006

Mexicana Rendez Vous

A terra… o nome da terra, já não me lembro mais, mas na despedida o céu era vermelho e a poeira irritava a garganta, tinha que sair dali!!!
Deixava para trás a festa de Baco, talvez o momento mais inebriante da minha curta vida.
Ela dizia que tinha voz de puto e que podia dividir a mesma cama com ela, eu tinha chegado à anos, mas aparentava minutos, tal o nervosismo de por tudo à prova, de não me saber invencível, revelando fragilidades e outras desculpas que a impediriam de se revelar.
Do beco escuro, vira homens e mulheres passar, bêbados brindando à luxúria quente da carne, entre ouro e seios, dedos que tudo tomavam seus e casados que riam de a minha sobriedade de permanecer só, sobriedade que desejara perder desde que a tinha visto passar, distinta de tudo o que antes observara.
Dei passos serenos revelando me à cidade e ganhara a nitidez inesperada que ela tivera-me observado muito tempo antes, quase como se aquele corpo alvo de volúpia forte, seguro na cidade ondulante, me tivesse esperado fora do tempo.
Ela era intemporal e perdendo sua mão em meus cabelos … disse baixinho:
- Tu és um menino, não tenhas medo podes dormir na minha cama longe dos maus!
Relutante de orgulho agradeci, era impossível não sentir a sua morna, ela sabia de mim e perto dela não tinha poderes para armar minha bruma, a mesma bruma que mil vezes tinha me feito pardo na escuridão.
Deitou-se nua a meu lado e sentia que a pela dela era fria e branca …ela sabia que eu a observava, seus peitos tigreses e pernas fantasia, sua anca farta e ventre que eu beberia num só trago se pudesse.
Beijou-me devagar e cobriu-me como a noite.
- Eu não posso adormecer – disse ela – tenho medo que os vampiros me venham buscar – e usufruía de mim, comandando ritmos e tempos.
- Ensina-me a controlar o tempo – disse eu alucinado.
Continuava perdido na cidade depois do suar… as melgas já nem esperavam meu adormecer e picavam me, continuava absorvido por aquelas costas…estaria ela a dormir ou pensava também…as costas violão eram em totalidade apetecíveis…
Recordo-me da tatuagem no fim das costas que a meu tempo conduzirei…um desenho de uma cereja e por baixo a frase… Fruto da Imaginação.