Non te stanco mai...
Deixa-me porém estoirar em tua boca... como bomba...
Naquela noite, as mulheres seduziam-me por razões androginas, a boca, o olhar, as mãos e a voz... dei por mim preso a coisas abstractas e com essa surpresa vi que sou concreto, demasiado apegado ao que se toca... deixa me estoirar em tua boca... quero estoirar em tua boca... e non te stanco mai...
O filme que passava fazia-me sentir sozinho, mas gostava do peito dela sem soutien... ela, açoreana, tinha vindo a Lisboa para contrair família por método natural. Como fundo Amália cantava e eu rendia-me, apaixonava-me por aquela imortal senhora... não era bela mas era puro demais voz divina de diva, inagualável... tinha-me vencido, porque por fraqueza talvez... decidi ouvir de que ela falava e ela falava de amor, não como estes e todos os outros poetas... ela falava de dentro...fadava...a mal fadada senhora escura... tão semelhante que a sentia proxima... quis aquela boca... podesse eu estoirar em tua boca...
Sinto-me bomba silenciosa... talvez a mais ruidosa...essa que não faz tic tac e desse modo nos deixa imaginar... minhas mãos hoje... saboream o prazer de lavar a loiça...estão quentes... secas, seria capaz de acariciar o peito da actriz do filme... durante algum tempo... vontade de contemplação... bem mais do que possuir algo para contemplar... Non te stanco mai... podes ir...pois vêem outras... e eu ainda tenho que arrumar cadernos...talvez mereça...esta vida... estou tão desligado... 105 105 105... aposto que o código permaneça esse...e o sexo tântrico que é isso.. por me decidir um animal desequilibrado que me vai acontecer... depois?
Prometes-te que podia explodir em tua boca...vou aceitar... e depois... non te stanco mai...
Depois triste figura... uma miuda com um corpo ...semelhante...duro...talvez mais protegido...quente... tentei como serpente...enrolar-me a ela... mas mais uma vez soube que não temos nada haver... voltei a reler o texto do tango.... imaginei o peito farto da mãe... e o rabo firme da filha...mordi os dois...abusei das duas... ceguei-as... droguei-as... virei-as do avesso...as duas na minha cama... amando-se sem saberem que eram família... sem saberem que só elas se amavam verdadeiramente e eu era apenas corpo estranho de algum prazer... a mãe...gemeu primeiro a filha...tremeu o tempo todo...
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